terça-feira, 30 de setembro de 2008

O Teatro

O chão de repente sucumbiu, eu podia sentir minha queda e de acordo com o que eu caia ia vendo os fatos já passados, na minha cabeça voltaram todas as lembranças, desde aquelas mais remotas da infância onde ele me pegava no colo pra brincar, aos dias atuais onde um dialogo é quase impossível. Me vi sentada como a menina indefesa numa bicicleta sem saber como me equilibrar e ele tentando me ensinar... é ... ele me ensinou o equilíbrio... me ensinou o equilíbrio da vida, mas infelizmente não me ensinou como equilibrar sentimentos e acessos de cólera e magoa!

Os piores sentimentos tomaram conta de mim e todo o equilíbrio que usei pra me manter em pé veio de mim mesma... ele era somente um telespectador do teatro da minha dor e parecia indiferente a peça, enquanto pra mim os personagens ganhavam mais vida a cada ato... a cada cena o drama aumentava... e eu era a atriz principal que não podia decepcionar a platéia mas que tinha por dentro toda a decepção do mundo... a platéia aplaudiu!

As cortinas se fecharam, mas o meu show estava apenas começando... percebi que tirar a mascara seria impossível... o personagem cheio de drama e aflições havia habitado em mim e era difícil me desfazer dele...
Mas continuo, afinal, o show tem que continuar!

E quanto ao homem que me ensinou o equilíbrio?!
Ele vai precisar de muito mais pra aprender que certas coisas na vida não se dosam e nem se equilibram e que respeito, consideração e amor são algumas delas!!!

2 comentários:

Renata Silva disse...

respeito, consideração e amor sempre vem de conquistas...
o equilibrio pode servir apenas para mantê-los

bjs, louca!

meus instantes e momentos disse...

belo post, parabens muito bom.
Tenha uma bela tarde.
Maurizio